Se você me segue, sabe que meu foco principal neste momento é o assunto “juros compostos”. É surpreendente como poucas pessoas compreendem seu poder.
Uma das partes mais enriquecedoras de estudar um assunto é conhecer as pessoas que utilizaram da ferramenta com muito sucesso. Tenho admiração por duas figuras norte-americanas: Abraham Lincoln e Benjamin Franklin.
Se você acredita nos provérbios “tempo é dinheiro” ou “um tostão poupado é um tostão ganhado”, saiba que deve a popularização desta ideia a Benjamin Franklin. Um dos fundadores dos Estados Unidos, famoso por empinar uma pipa com uma chave de metal em meio a uma tempestade, Franklin era muito mais do que isso.
Apesar de várias intrigas em sua vida pessoal, admiro sua capacidade de aprender sobre inúmeros campos diferentes e ser bom em cada um deles. Assim como ele, tenho interesses diversos, mas obviamente não alcancei a mesma maestria em todas as áreas. Ainda! 🙂
Franklin fundou a primeira biblioteca pública dos Estados Unidos, além de instituições de ensino, hospitais e diversas outras instituições beneficientes e culturais. Considero que tenho muitas aspirações nas quais Franklin foi particularmente bem-sucedido.
Em minhas pesquisas, descobri que ele era um grande conhecedor dos “juros compostos”. Além de ter administrado bem seu patrimônio, deixando uma herança considerável.
“O dinheiro pode gerar dinheiro, e sua prole pode gerar mais, e assim por diante”, disse ele em um artigo publicado em 1748. Essa frase, embora antiga, resume de forma clara o poder dos juros compostos. E segue:
“Cinco xelins transformados são seis: transformados novamente, são sete e três pence; e assim por diante até se tornarem cem libras. Quanto mais houver, mais ele produz a cada transformação, de modo que os lucros aumentam cada vez mais rápido. Aquele que mata uma porca reprodutora, destrói toda a sua prole até a milésima geração. Aquele que assassina uma coroa, destrói tudo o que ela poderia ter produzido, até mesmo dezenas de libras.” (Franklin, 1748).
Existe uma história que não consegui ainda averiguar sua veracidade. Curiosamente, após uma vida financeira bem sucedida, uma parte de sua herança ficou para “os cidadãos” de duas cidades. O mais curioso foram os termos definidos por Franklin para que elas pudessem usufruir de seu legado financeiro.
Quando Benjamin Franklin morreu em 1790, deixou em testamento para as cidades de Boston e Filadélfia US$ 4.400 cada, mas com a condição de que o dinheiro não pudesse ser gasto por 200 anos. Em 1990, o fundo fiduciário de Boston valia mais de US$ 5 milhões.
A história do testamento de Benjamin Franklin com um embargo de 200 anos é um mito encantador, mas que não se sustenta diante da análise histórica. Embora Franklin tenha sido um grande benfeitor da sociedade, a verdade sobre suas doações é mais complexa e menos romantizada do que a lenda sugere.
Embora essa lenda seja mais ficção do que fato, a verdade é que Franklin era um verdadeiro mestre em entender o poder do dinheiro.
Uma de suas frases mais famosas, “Investir em conhecimento rende sempre os melhores juros”, revela sua profunda compreensão sobre o valor do tempo e dos juros compostos. A ideia é simples: assim como o dinheiro investido gera mais dinheiro ao longo do tempo, o conhecimento adquirido também gera novos conhecimentos e oportunidades, criando um ciclo de crescimento contínuo.
No seu famoso “Almanaque do Pobre Ricardo”, Franklin usava histórias e analogias para ensinar seus leitores sobre economia e autoaperfeiçoamento. É bem provável que ele tenha utilizado o conceito de juros compostos para ilustrar seus pontos, mostrando a seus leitores como pequenas ações consistentes podem gerar grandes resultados ao longo do tempo.
A lição de Franklin para nós:
- O tempo é seu maior aliado: Quanto mais cedo você começar a investir, maior será o poder dos juros compostos.
- Cada centavo conta: Pequenos investimentos feitos regularmente podem gerar uma grande fortuna ao longo do tempo.
- O conhecimento é o melhor investimento: Investir em sua educação e desenvolvimento pessoal é a chave para o sucesso financeiro e pessoal.
Benjamin Franklin era um grande defensor de um estilo de vida modesto e de valores como frugalidade, trabalho árduo e prudência financeira. Ele acreditava que a riqueza deveria ser obtida através do trabalho honesto e utilizada com sabedoria. Esses princípios fazem parte de seu famoso “Almanaque do Pobre Ricardo” (Poor Richard’s Almanack), publicado entre 1732 e 1758, onde ele oferecia conselhos práticos e aforismos que incentivavam uma vida simples e disciplinada.
Franklin enfatizava a importância da moderação e da economia pessoal, considerando que o excesso e o desperdício poderiam prejudicar tanto o indivíduo quanto a sociedade. Ele via a frugalidade como um meio de alcançar a independência financeira e a liberdade pessoal, o que, para ele, também beneficiava a coletividade ao evitar dívidas e dependência.
Um de seus aforismos mais famosos resume bem essa filosofia:
“O caminho para a riqueza depende apenas de duas palavras: trabalho e frugalidade.”
Franklin praticava o que pregava, mantendo uma rotina disciplinada de trabalho e estudo, e valorizava a simplicidade até em sua vida social. Mesmo tendo alcançado sucesso financeiro e reconhecimento, ele continuava a defender uma vida modesta e comedida, evitando o luxo desnecessário.
E você, já colocou os ensinamentos de Benjamin Franklin em prática? Compartilhe suas experiências nos comentários!
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Referências
Franklin, Benjamin. 1748. “Founders Online: Advice to a Young Tradesman, [21 July 1748]”. Arquivo Oficial. Founders Online. University of Virginia Press. 21 de julho de 1748. http://founders.archives.gov/documents/Franklin/01-03-02-0130.
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